domingo, 14 de julho de 2013

Rascunhos de mim





Me ver sozinha depois de tanto tempo
Traz a infeliz certeza da solidão eterna
Seguida de um rancor mórbido
Por ter me deixado enganar pelo falso brilho da esperança...

Nunca quis me tornar uma criatura amargurada
Mas devo confessar que a amargura é
Especialmente tentadora depois de tantas desilusões...

Um resquício de esperança aos farrapos
Parece lutar pra sobreviver dentro de mim

Um dia me disseram que não há mal que o tempo não cure
Pois bem, hoje, especialmente hoje, preciso dessa cura
Tempo, amigo meu, onde te escondes agora que mais preciso da tua panaceia?
Por que não levas contigo essa dor que me aflige 
Dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano

Quantas vezes jurei a mim mesma que aquelas seriam as últimas lágrimas
Mas você sempre retorna e me revira do avesso
Até quando vai continuar esse jogo? 
Até quando as perguntas continuarão sem respostas?
Afinal, está tudo intrínseco a mim?
Nada foi real? 
Todas as palavras, todas as sensações, todas as premunições?
Será que o elo somente existiu em meus pensamentos?
Por que não consigo deixar-te no passado?
Por que me submeto aos teus desmandos, mesmo agora
Que sei que pertences a outra?
Agora que sei que nem uma única promessa foi sincera
Agora que de fato sei o quanto fui um brinquedo pra você

Se não sou capaz de te odiar
Deveria ao menos querer-te longe
Mas o medo de perder-te ainda permanece
O bem que me faz ainda supera a dor
A tal ponto que sou capaz de mergulhar no abismo 
Para ter-te em um mísero momento ao meu lado
Contento-me com migalhas do teu tempo
Com restos da tua atenção...

Um dia eu acreditei que o amor me carregaria em seu colo até o paraiso dos amantes
Um dia eu acreditei que a ligação que senti ao te conhecer era algo recíproco e que seria eterna

As vezes crescer aos meus olhos parece ser sinonimo de contradição a tudo o que se acredita


É tão difícil assistir inerte enquanto a vida me leva pra longe de você

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